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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Intraempreendedorismo: a bola da vez


Nos últimos anos, muito se falou sobre empreendedorismo e sua importância na geração de empregos, principalmente tratando-se de micro e pequenas empresas, além da importância para o desenvolvimento econômico de um país. Hoje se sabe que para ser empreendedor não é preciso ser empresário, é o que chamamos de intraempreendedorismo.

Este termo permeia o mundo empresarial há duas décadas, mas atualmente vem ganhando mais força e respeito. As empresas estão à caça de profissionais proativos, visionários, capazes de ter idéias e colocá-las em prática. Nunca a criatividade, aliada ao bom-senso e à motivação, esteve tão em alta. Como é de conhecimento de qualquer profissional, o mercado global apresenta-se cada vez mais competitivo e pessoas com gana para inovar e empreender dentro das empresas são cada vez mais cobiçadas.

Estes intraempreendedores ou empreendedores corporativos são muito produtivos à medida que conseguem fazer acontecer, mesmo com o orçamento apertado. São pessoas que não trabalham baseados na repetição ou rotina. São o oposto daqueles que reclamam de tudo e só gostam de sua “zona de conforto”. Intraempreendedores são profissionais inquietos, que estão sempre em busca de algo melhor, inovador, diferente ou desafiador. São verdadeiros agentes de mudança.

No entanto, para que projetos empreendedores gerem resultados, é preciso que a empresa possua uma cultura diferenciada, aberta, que estimule o desenvolvimento e a geração de idéias. Em empresas assim, os erros servem de aprendizado. Já em outras empresas, chefes inseguros podem servir como “um balde de água fria” em profissionais dinâmicos e dedicados, em busca de melhorias. A sugestão é abandonar o “barco” antes de se frustrar e virar “um produto do meio”.

Algumas empresas são exemplos clássicos de intraempreendedorismo e estímulo à inovação. A 3M é conhecida por seu espírito inovador. São 35 unidades de negócios, organizadas em seis áreas. O seu sucesso se pauta na habilidade de combinar tecnologias. Seus funcionários são estimulados a criar e é por isso que um dos valores da empresa é “desenvolver e reconhecer a diversidade de talentos, iniciativas e a liderança de nossos funcionários”. Na empresa Google ser um intraempreendedor é condição sine qua non para se tornar um colaborador. Seu ambiente de trabalho, altamente inspirador, deixa qualquer um com inveja. Na Disney, os membros do elenco, como são chamados os funcionários, são também estimulados a fazer diferente, fazer o que for melhor para a satisfação dos clientes e gozam de autonomia para isso. Tudo começou pelo seu fundador, Walt Disney que acreditava na importância dos sonhos, mesmo que parecessem impossíveis naquele momento. Hoje a organização é referência em prestação de serviços.

Ouve-se muito, principalmente de pessoas mais acomodadas, que o emprego está difícil, porém, o diferencial do empreendedor é justamente a capacidade de identificar oportunidades, de não se acomodar e de fazer acontecer.

A competência empreendedora pode ser desenvolvida e acredito que deveria ser estimulada desde a infância, respeitando o desenvolvimento adequado de cada faixa-etária. Ela pode ser introduzida pela família, com o apoio das escolinhas, seguidos pelo ensino fundamental e médio, culminando nas universidades. Pode se explorar bastante a criatividade, quebrando paradigmas através do pensar e do fazer diferente e trabalhando temas associados, como gestão financeira, marketing, logística, relacionamentos interpessoais e outros, de maneira lúdica, utilizando-se de jogos, teatros, dinâmicas e feiras.


Texto original (e readaptado) do artigo escrito para o Jornal Hoje em Dia em 26/10/2009, caderno Empreendedorismo.

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